Situação: Os ouvintes passaram pelos detectores de metais, para que pudessem entrar no Tribunal do Júri, de onde emanou o verecdito.
Comentários: Em alguns locais públicos se usam "detectores" de metais para evitar que pessoas trafeguem armadas. Portanto, detectam pessoas. De acordo com o VOLP 2004, o substantivo em exame é de dupla prosódia - detector ou detetor. Nessa esteira, diga-se que ao verbo se dá o mesmo tratamento: detectar ou detetar. Existem outras palavras derivadas: detetado, detetabilidade, detetador, detetante e detetável - todas sem o -c.
Na verdade, o VOLP 2004 inovou ao dar tal tratamento a esses termos - que, até então, não recebiam a dupla prosódia - em abono da uniformidade com outros vocábulos que já contavam com dupla pronunciação: contacto e contato; corrupto e corruto; corrupção e corrução; aspecto e aspeto; expectativa e expetativa; expectorar e expetorar; secção ou seção; intersecção e interseção etc.
No tocante à forma "veredicto", o Vocabulário Ortográfico, da Academia, reconhece, na mesma esteira, a formas "veredicto" e "veredito"; os dicionários no entanto, só abonam a forma clássica ("veredicto").
Portanto, fique com detectar ou detetar, detector ou detetor e veredito ou veredicto... e fique com o VOLP.
Dica: se possível, tenha à mão mais de um dicionário. Também, se possível, tenha à mão o Vocabulário, da Academia, que tem força de lei. Consulte todos! Afinal, quando o tema é "Língua", sabe aquele que nada sabe...
Fonte: SABBAG, Eduardo de Moraes. Redação forense e elementos da gramática. 3ª ed. São Paulo: Premier Máxima, 2009. p. 107.
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