Dicas - POR (Ruim, mau-caráter e diesel)

Ruim (Pronúncia: ru-im, e não rúim)

Situação: A laranja estava ruim, mas a comida estava pior.

Comentário: Vocábulo oxítono, dissílabo e com tonicidade na última sílaba ( -im). Não se deve pronunciá-lo em uma sílaba ("rúim") , porque se poderi afirmar, em tom jocoso, que "rúim" não é "ruim" (ru-im), mas péssimo. Até mesmo com o substantivo "ruindade", a pronúncia deve ser respeitada: "ruindade" (pronuncie ru-in-da-de), e não "ruin-dade". Ressalte-se que em português os nomes terminados em -im são oxítonos: amendoim, tuim, Caim, Serafim, capim, pasquim, curumim, rubim, jardim, Paim, jasmim, Joaquim, entre outros. A exceção é ´"interim", uma palavra proparoxítona.

Mau-caráter

Situação: Na cela do cárcere, havia vários maus carateres; todos, no entanto, afirmavam ser inocentes.

Comentário: Trata-se de palavra composta de plural complexo (maus-carateres). A acentuaçõ ocorre em virtude de a palavra "caráter" ser paróxitona terminada em -r, assim como: revólver (revólveres), hambúrger (hambúrgeres), gângter (gângsteres), mártir (mártires), esfíncter (esfíncteres), gêiser (gêiseres - pronuncie "jêizeres, e não "gáizeres"), Lúcifer (Lucíferes), Júptier (Jupíteres), néctar (néctares), nenúfar (nenúfares), píer (píeres), pôster (pôsteres), trêiler (trêileres), zíper (zíperes), etc.

Diesel

O termo "diesel" é substantivo próprio (anglicismo), uma vez que remete o estudioso inventor do motor a diesel, que leva o nome daquele que o concebeu - Rudolf Diesel. Deve-se grafar com -s, não se acentuando o vocábulo. A pronúncia correta do substantivo é "dísel". Há quem proponha o seu aportuguesamento para "disel" - como paroxítona terminada em -l - o que abonamos sem restrição, dado o iterativo uso da expressão no dia-a-dia. Aliás, o VOLP 2004 veio chancelar a forma "dísel", a par dos vocábulos "dísel-elétrico" e "dísel-hidráulico" (plurais: "dísel-elétricos" e "dísel-hidráulicos", respectivamente).

Fonte: SABBAG, Eduardo de Moraes. Redação forense e elementos da gramática. 3ª ed. São Paulo: Premier Máxima, 2009. p. 32-33.