Nesta terra ensi plantando tudo dá
Correção: Para percebermos os equívoco cometido, urge perscrutar a origem da máxima em tela, que remonta os idos do descobrimento do Brasil.
Tudo começou com uma carta – escrita por Pedro Vaz de Caminha, escrivão-mor da armada de Pedro Álvares Cabral –, uma espécie de “certidão de nascimento”, da nossa terra.
Foi elaborada em linguagem rica de descrição, colorido e encantamento. É sabido que Caminha não era propriamente um escritor, mas soube prender a atenção do rei D. Manuel, o Venturoso, com o detalhamento, os acenos de riqueza, a possibilidade de cristianização do índios e, sobretudo, observando que a terra era fértil e que nela, “em se plantando, tudo dá”.
Portanto, em respeito à História, não desvirtuemos o provérbio, com “aglutinações” vocabulares (“ensi”) estranhas e “ousadas” ao nosso léxico.
Por falar na preposição “em” antes de gerúndio, é imperioso enaltecer que seu uso é simplesmente enfático, portanto evitável, em orações que exprimem tempo ou condição, com nas frases:
Em se tratando de pedras nos rins, devemos proceder à retirada.
Em se plantando, tudo dá.
Em aparecendo a ferida, tome os medicamentos.
“Em chegando a hora, saberei como agir” (Aurélio, apud. Cegalla, p. 134)
Em chegando ao curso, ligue-me.
Fonte: SABBAG, Eduardo de Moraes. Redação forense e elementos da gramática. 3ª ed. São Paulo: Premier Máxima, 2009. p. 275.
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