1. Outra alternativa (“alter” = outra)
Deve-se evitar a referência à “alternativa” como “outra” ou “única”. O vocábulo já encerra, etimologicamente, o conceito de “outra”. Com propriedade, Dad Squarisi preconiza que “a alternativa se escolhe entre duas opções. Por isso evite dizer ‘outra’ alternativa e ‘única alternativa’. (...) A alternativa é sempre outra. Se não há outra, só pode ser única”.
2. Há dois anos atrás
A sequência “há...atrás” é condenável, por se apresentar redundante. Se já utiliza o anunciante o verbo “haver”, na acepção de tempo transcorrido, não necessita de reiterar com o advérbio “atrás”. Portanto, à errônea forma “há vinte anos atrás, ele chegou”, sugerimos que prefira as formas abaixo delineadas, a fim de que fuja à redundância:
Há vinte anos, ele chegou; ou
Vinte anos atrás, ele chegou.
3. Uso (Consumo) abusivo
Não se deve atrelar adjetivo a substantivo que possui o mesmo radical. Em vez de “uso abusivo”, utilize “uso excessivo” ou “uso imoderado”.
4. Voltar atrás
O dicionário preconiza que a única forma de empregar o verbo voltar no sentido de “recuar” ou “retroceder” é dar-lhe a companhia da preposição “atrás”. Tal posicionamento frui a chancela de gramáticos de nomeada, que não a consideram redundantes, na acepção de “mudar de ideia” ou “mudar de opinião”. Logo, “voltar atrás” não seria um pleonasmo vicioso, no entanto, deve-se evitar a expressão por lhe faltar boa sonoridade.
5. Preconceito intolerante
O vocábulo “preconceito” significa pré-conceito ou conceito prévio, derivando do vocábulo “conceito”. Ambas palavras são regidas pelas mesmas preposições – “de”, “sobre” e “contra”. Se já há preconceito, a intolerância é imanente, despontando o pleonasmo. Exemplos:
Ter preconceito sobre minorias raciais é indesculpável.
O grupo intolerante tem preconceito de certas minorias religiosas.
6. Acordo amigável
Se o acordo nasce de concessões recíprocas, como imaginar um “acordo” inamistoso por vontade de umas das partes?
Fonte: SABBAG, Eduardo de Moraes. Redação forense e elementos da gramática. 3ª ed. São Paulo: Premier Máxima, 2009. p. 316.